No final de janeiro de 2024, será reeditado o ensaio ENTRE A ÍNSULA E A PENÍNSULA, de José Rui Teixeira, com prefácio de Esther Paniagua e capa de Agostinho Santos.
Depois de uma contextualização histórico-cultural do iberismo, o metropolismo de Mário Saa é apresentado à luz do hispanismo de António Sardinha e da ibericidade de Fernando Pessoa.
“O metropolismo de Mário Saa, à luz do hispanismo de António Sardinha e da ibericidade de Fernando Pessoa, permite-nos perceber que a intelligentsia portuguesa – da transição do século XIX para o século XX – estava atentíssima ao que se passava na Europa. Leu com acuidade os sinais dos tempos e – nesta disfórica periferia – previu as tendências das pesadas engrenagens da geopolítica europeia. Mais: percebeu que as nações peninsulares só recuperariam a sua importância civilizacional na Europa e na América-hispânica se agissem ibericamente, ou seja: com políticas comuns, sinergias económicas e diálogo intercultural, fosse por meio de uma aliança peninsular entre Portugal e Espanha [como defendeu Sardinha], de uma confederação das três repúblicas ibéricas [de acordo com a perspetiva de Pessoa], ou por meio de uma reorganização metropolita da Península [como propôs Saa]. Uma questão, fundamentalmente, os unia: um profundo desejo identitário de reaportuguesar Portugal desde a sua topologia ibérica.”