Rui da Graça
Um país de árvores

12,72 

Penso em árvores, imagino que palavras circulam como seiva por dentro do seu impercetível movimento, como um poema escondido. Penso nas árvores da minha infância, nas metáforas com que explicavam o mundo, na espessura do seu silêncio: rumor do zéfiro, assombro da nortada que vinha esfriar os baldios. Com as árvores, como com certas pessoas, aprendi a dignidade do ser e essa «incomparável paciência de procurar o alto» (lê-se num poema de Daniel Faria). Há nas árvores a força de uma condição indefesa. E nelas tudo é dádiva: a folha, a flor e o fruto, as sínteses da matéria orgânica e as antíteses da sombra. Foi isso que vi nas árvores de Rui da Graça, entre um sfumato de névoa em manhã fria e a melopeia anabolizante da tarde em que desce o sono ou talvez a morte. [José Rui Teixeira]

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1.ª ed.: abril 2023
150 x 210 mm | 86 pp.
ISBN 978-989-35014-5-0

Edição no âmbito da 5.ª Bienal Internacional de Arte de Gaia [2023]
Introdução: José Rui Teixeira
Imagem da capa: desenho de Rui da Graça [2022]

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