José Rui Teixeira
Habeas corpus

12,72 

A roseira ergue-se sobre os destroços,
um pássaro aquieta-se.
Pressinto o poema no movimento
do teu corpo e arrefece
sob a mancha esverdeada
dessa ausência. 

Falar-te-ia sobre os povos das ilhas,
suas deidades de terracota
e festas lunares.

Já não sei há quantos anos busco
nos ermos, nas entranhas dos pássaros
mais negros, no assombro dos cegos,
o silabário dos anjos.

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