José Duro
Fel e outros poemas

18,02 

Onde quer que ponha os olhos contristados
– Costumei-me a ver o mal em toda a parte –
Não encontro nada que não vá magoar-te,
Ó minha alma cega, irmã entrevados.

Sexta-feira Santa cheia de cuidados,
Livro d’Ezequiel. – Vontade de chorar-te…
E não ter um pranto, um só, para lavar-te
Das manchas do «Fel», filhas de mil pecados!…

Ai do que não chora porque se esqueceu
Como há de chamar as lágrimas aos olhos
Na hora amargurada em que precisa delas!

Mas é bem mais triste aquele que olha o céu,
Em busca de Deus, que o livre dos abrolhos,
E só acha a luz das pálidas estrelas…

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1.ª ed.: fevereiro 2022
160 x 235 mm | 202 pp.
ISBN 978-989-53411-3-9

Poesia reunida
Edição e introdução: José Rui Teixeira
Cronologia e textos posfaciais: Ruy Ventura, Jorge Teixeira, Hélder Moreira, Pedro Pereira e José Pedro Angélico
Imagem da capa: manuscrito autógrafo de José Duro [versão do poema «Dor suprema»]

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